Porém passamos por situações que após o acontecido olhamos para trás e perguntamos: "Eu fiz realmente isto?"
Em uma ocasião eu me pendurei em um prédio para desenhar uma logo de uma loja, era um barão caricato com os braços abertos, barrigudo e abaixo da "pança" dele o nome da loja "barão das roupas", estava no quarto andar, usava uma escada com ganchos, descia com uma corda amarrada na cintura caso eu despencasse (imagine a cena), tinha lápis no bolso, estilete, réguas variadas, borrachas etc, era uma beira de rio, ventava que era uma beleza, ainda estava com medo de que o serviço não ficasse bom, devido a situação, usei a famosa "regra de três" e ficou muito bom o desenho.
Mas a grande loucura que fiz em minha profissão foi me pendurar a dois andares de altura.
Apesar da altura ser bem menor, havia fatores de risco, talvez ainda maiores do que esta primeira situação colocada acima.
Estava chovendo a alguns dias, estava tudo muito umido, e estava eu pendurado, mesmo com aquela chuvinha fininha, chovia e parava, quando dava uma estiadazinha eu voltava e retornava a riscar.
Usava réguas de alumínio para traçar as linhas e logo acima de mim, bem próximo havia fios de alta tensão, foi quando meu colega na época chegou (ele era eletricista) e foi logo me chamando de doido, dizendo que eu estava correndo risco de vida ali ao ficar manuseando as réguas de alumínio tão perto da rede de alta tensão, falou que havia o risco de ser "puxado" pela força.
Agradeci e subi de volta ao telhado abandonando o serviço, até que aquele tempo chuvoso parasse.
O bom foi que o patrão concordou, e o melhor que o tempo só melhorou depois de uns dois dias.
Meu colega e amigo que me alertou é este da foto que esta olhando para a câmera (sem boné), nesta ocasião estávamos em um lugar chamado de "ponta da fruta" distante cerca de 200 km de onde morávamos.
Faleceu em 2002 vítima de acidente de trânsito aos trinta e cinco anos.
